Sunday, July 01, 2007

primeiro dia

Dia primeiro, mês de imperador. Não havia antes, foi imposto por quem dança com o terror. A corte amou, comemorou. A corte sempre festeja, sempre comemora, a não ser quando o império desaba e a corte vai embora.

História foi e ficou essa herança: Julho. A cifra foi boa, o mês foi demais. Precisava de outro nome, que fosse justo ao calendário. Agora é tarde: está marcado na folhinha de farmácia pregada no armário, para sempre vai desafinar o planetário.

E assim Julho está casado: meio que à força à civilização foi amarrado. Uma homenagem planejada, um ritual comprado. Pago em lágrimas de uma Lua, para quem pensa que a Terra é sua. Graças a Zeus que antes tem Junho.

Termina presto, surpreende os amigos de César: comemora tua glória, chama seu tempo de vitória. Ano que vem tem mais, nova batalha antes de Agosto com oito canhões disparando contra seus pares de navios no cais.

Em guerra sem fim, lutamos feito animais: uma onça contra os lobos de Roma. Prova seu sangue, sente a dor da sorte, lembra desse aroma e ouve: é o gado a mugir, os leões do Coliseu estão soltos no pasto.

Que não morram suas vacas, que não lhe falte leite. A floresta é nossa, os cervos para nosso deleite. Aprende com elas, guarde e cuide as crias. Faz tua fazenda e ama os seus: sem ter medo, sem guardar segredo.

Aqui na montanha, no meio do mato, os Gauleses esperam: a queda de Roma é fato. Tem fé no teu Cristo, para ele o perdão é bem quisto, mesmo se a hora da confissão passou, se o dia fechou, se a noite caiu, se Julho acabou. Então transforma, pega agosto e ora.

De qualquer forma, foste mês de sete, te lembro em setembro.

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